Recentemente visitámos mais uma empresa de transportes familiar, muito semelhante a dezenas e dezenas de outras que conhecemos.

 

Ao entrarmos na empresa sentimos aquilo que acontece recorrentemente, uma família extremamente simpática, um pai com 30 anos de trabalho em “cima das costas”, que o fizeram criar uma empresa sólida/sustentável e um filho com vontade de dar seguimento ao exemplo do pai.

 

Tudo parece perfeito até aqui, afinal o negócio perdura há anos, sem problemas e com trabalho tudo se tem conseguido. Mas eis que surge o cansaço e a hora de passar o testemunho, sendo que é nesta fase que habitualmente os problemas surgem e o choque geracional acontece.

 

Os pais têm uma fórmula com provas dadas ao longo de décadas de trabalho e sacrifício, além disso querem afastar-se do negócio, mas o “bichinho” continua lá. Já diz o velho ditado que “parar é morrer”. Já o filho tem outra visão, quer modernizar, implementar novas tecnologias, novos métodos e procurar novos mercados. É neste momento que vem à cabeça de ambos várias perguntas, nomeadamente:

 

  • Será que o meu pai não confia em mim?
  • Se calhar o meu filho está a arriscar demais?
  • Ele pensa que eu não sou capaz?
  • Será que se safa sem mim?
  • Ele não faz ideia do que eu trabalhei para construir isto!
     

A lista de perguntas ou afirmações poderia continuar de forma interminável e a grande questão é que todas elas são perfeitamente legitimas e fazem sentido. Isto para não falar quando há mais pessoas “metidas ao barulho” como se costuma dizer, nomeadamente mulher, irmão, genro, nora, cunhado, cão, gato, etc.

 

Acreditamos que tal como na vida pessoal, profissionalmente também é importante tomarmos decisões de forma emocional e apaixonada, mas não podemos deixar que a emoção se apodere de tal forma de nós, que nos retire discernimento na hora de tomar decisões.

 

Por esta razão, consideramos fundamental aproveitar todo o conhecimento e experiência dos pais, mas achamos que é igualmente fundamental colocar tudo isso em suportes tecnológicos, que ajudem a automatizar processos e a estabelecer procedimentos, tornando as empresas menos dependentes dos seus fundadores.

 

É desta forma que se conseguirá organizar a empresa em função das ideias e métodos dos seus criadores, assegurar a continuidade e criar formas de controlo, para que se consiga perceber onde e quando se deve corrigir algo. No fundo trata-se de uma questão de equilíbrio e como diria Albert Einstein:

“A vida é igual a andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio é preciso se manter em movimento.”


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